Adoçantes
O uso de adoçantes começou a se popularizar na década de 60, principalmente nos Estados Unidos. No Brasil, porém, até meados dos anos 80, o consumo de produtos dietéticos estava apenas associado aos portadores de distúrbios orgânicos – a diabetes, em especial. Nessa época, alguns desses produtos eram considerados fármacos pela legislação brasileira e, teoricamente, comercializados sob orientação médica. Porém, mudanças na legislação, ocorridas ainda no final da década de 80, reformularam a classificação dos adoçantes, permitindo que invadissem as prateleiras dos supermercados. Nesta época, o Codex Alimentarius, organismo da ONU que regulamenta os alimentos, concluiu que, em doses pequenas, os adoçantes não colocavam em risco a saúde do consumidor. Comprovando o princípio básico da toxicologia, segundo o qual “tudo é tóxico, dependendo da dose”, o Codex determinou, então, para cada edulcorante, a dose máxima que poderia ser consumida de forma segura por uma pessoa, a IDA (ingestão diária aceitável). Embora esses limites sejam públicos, muitos consumidores não os conhecem e acabam colocando sua saúde em risco desnecessariamente, principalmente no caso das crianças. As crianças não devem usá-los pela dificuldade que seus corpos têm de eliminarem as substancias que podem vir a ser prejudiciais. Gestantes também devem evitar o consumo, a menos que sejam diabéticas e somente com orientação de um profissional.
Apesar de não conterem calorias, os adoçantes contêm diversos aditivos químicos, sendo alguns deles comprovadamente prejudiciais à saúde a longo prazo.
Os adoçantes artificiais não são reconhecidos pelo organismo e logo precisam ser eliminados, às custas de muito trabalho do fígado e dos rins. Além desse problema, há risco de que a substância "se instale" em determinadas células, causando alterações genéticas e até mesmo alguns tipos de câncer.
Mas a realidade é que muitas pessoas saudáveis consomem os adoçantes artificiais acreditando que, por não conterem calorias, não engordam. Engano. Isso porque quando o adoçante entra em contato com a boca, é dado um "sinal" ao organismo de que está entrando açúcar e este deverá ser digerido, mas se isso não acontece, o organismo "acumulará estes sinais" e absorverá mais açúcar simples dos próximos alimentos consumidos no dia. Em outras palavras, o adoçante pode fazer a pessoa saudável engordar mais do que se estivesse consumindo açúcar com moderação.
Para entender melhor, veja a tabela a seguir e compare os diversos tipos:
Tipos | O que é | Características | Poder de adoçar | Ingestão diária aceitável (IDA) |
Sacarina | Substância artificial derivada do petróleo (tolueno mais ácido cloro-sulfônico) | Cristalina; solúvel em água; não metabolizada pelo organismo. Estável em altas temperaturas | Adoça 200 a 600 vezes mais que o açúcar Calorias: 0 | 3,5mg/kg |
Ciclamato | Substância artificial derivada do petróleo (cicloexilamina mais ácido sulfâmico) | Cristalino; solúvel; não é metabolizado pelo corpo. Estável em altas temperaturas | Adoça 30 a 80 vezes mais que o açúcar Calorias: 0 | 11mg/kg |
Aspartame | Combinação de aminoácidos presentes em frutas, leite e carnes - fenilalanina e ácido aspáritico | Leitoso; não solúvel em água; metabolizado pelo organismo. Instável em altas temperaturas. | Adoça 180 a 300 vezes mais que o açúcar Calorias: 4/grama | 40mg/kg |
Acessulfame-K | Substância artificial derivada do potássico (da família do ácido acético) | Pouco solúvel em água; não metabolizado pelo organismo. Estável em altas temperaturas. | Adoça 200 a 300 vezes mais que o açúcar Calorias: 0 | 15mg/kg |
Estévia | Arbusto comum na fronteira Brasil-Paraguai (Stevia rebaudina) | Cristalina; não metabolizada pelo organismo. Estável em altas temperaturas. | Adoça 100 a 300 vezes mais que o açúcar Calorias: 0 | 5,5mg |
Sucralose | Molécula modificada da sacarose (a triclorogalacto -sacarose) | Altamente solúvel; não metabolizada pelo organismo. Estável em altas temperaturas. | Adoça 400 a 800 vezes mais que o açúcar Calorias: 0 | 15mg/kg |
Frutose | Edulcorante natural proveniente do mel e das frutas | Solúvel; metabolizada pelo organismo | Adoça 1,3 vez mais que o açúcar Calorias: 4/grama | -- |